Orçamento de Obra

A elaboração de um orçamento de obra é fundamental no universo da construção civil, atuando como um pilar para a viabilidade financeira e operacional de projetos. Esse processo exige uma análise minuciosa dos custos diretos e indiretos, incluindo materiais, mão de obra, e o cálculo BDI, que juntos formam a base para decisões estratégicas e eficientes.

A precisão na estimativa dos custos, especialmente no que tange ao orçamento de mão de obra construção civil, é crucial para manter o projeto dentro do prazo e do orçamento previstos. A utilização de tecnologias avançadas e a expertise de profissionais qualificados são essenciais para otimizar esse processo, garantindo a rentabilidade e a sustentabilidade do empreendimento.

Um orçamento de obra bem planejado não é apenas uma ferramenta de gestão financeira; é uma estratégia que assegura a execução eficaz do projeto, desde a alocação de recursos até a entrega final. Ele estabelece um compromisso com a excelência operacional, posicionando o projeto para não apenas atender, mas superar as expectativas de todos os envolvidos.

O que é “Orçamento”?

Primeiro precisamos alinhar o significado de Orçamento pois isso costuma causar grande confusão.

Atenção, não pule essa parte.

Imagine a seguinte situação.

Depois de uma tempestade com muito raios você nota que sua televisão não liga mais, pifou!

Você a leva até uma assistência técnica e pede um ORÇAMENTO para realizar o conserto. Então o atendente faz todos as formalidades e te entrega um protocolo e solicita alguns dias para dar o retorno pedido, com o preço final para realizar o conserto.

Para você o processo entra em espera até o retorno da assistência, mas para eles começa uma atividade técnica e empresarial, afinal esse é o negócio deles.

Um técnico deve inspecionar o aparelho, identificar o problema, avaliar a maneira adequada de fazer o reparo para então elaborar o orçamento para o devido reparo.

E como ele chega ao desejado orçamento?

O profissional analisa o eletrodoméstico, levanta as informações de fabricante, modelo, especificações, estado das peças e lista todas que precisam ser trocadas, os demais insumos e recursos que vai gastar, o tempo necessário para fazer o reparo, precifica tudo e faz a soma chegando ao valor total do reparo. Essa é a primeira parte, relacionada aos gastos envolvidos diretamente no conserto da sua televisão.

Mas note, esse orçamento feito pelo profissional é o que vai custar para o reparo ser feito, nada mais que isso.

Esse não é o mesmo orçamento que você pediu pois existe uma grande diferença entre eles, o uso do orçamento.

O uso do Orçamento

O técnico passa essa informação ao responsável comercial ou financeiro da empresa e este acrescenta os demais gastos, necessários para operar a empresa como aluguel da sala, luz, contador, internet, secretária para atendimento, anúncio no jornalzinho do bairro e tudo mais. Isso claro que de forma proporcional considerando todos os demais serviços prestados pela empresa aos outros clientes.

Esse novo valor total, somado os gastos do conserto em si e os da operação da empresa, chega-se ao orçamento do reparo. Ou seja, para realizar o reparo é exatamente isso que vai custar.

A empresa precisa saber quanto custa para realizar o reparo de forma a ter todos os seus gastos envolvidos devidamente custeados, já você quer saber quanto tem que pagar para ter esse serviço executado.

Custo ou Preço

O orçamento feito pelo técnico tem o objetivo de estabelecer o valor necessário a execução do serviço, já o orçamento que vai ser apresentado ao cliente (você) é, este valor acrescido dos demais custos relativos a operação da empresa mais os relacionados a transação comercial, como impostos e lucro.

Desta forma, para o técnico que fará o conserto, Orçamento é o valor para fazer o serviço e para você (cliente), Orçamento é o valor a ser pago para ter o serviço executado.

Portanto, quando alguém solicita o orçamento para construir uma casa, este é o valor da VENDA da construção (serviço) e não o CUSTO de se construir a casa.

Acho que deu para notar que essa historinha já deixou a pista para os 2 tipos de orçamento.

Fiz algumas simplificações e adequações em relação ao setor da construção civil, mas a ideia central é a mesma.

O que é Orçamento de Obra?

Não posso finalizar essa parte sem uma definição, então vamos a ela. Uma definição bem objetiva de Orçamento de Obra é:

“Orçamento é a determinação, com margem de acerto tão elevada quanto possível, do preço de uma obra ou serviço de engenharia, antes da sua execução.” – Aldo Dórea Mattos

Gosto de grifar essas duas partes porque são fundamentais no processo de orçamentação. Ou seja, nenhum orçamento é exato e sim preciso. E obrigatoriamente é realizado antes da execução.

Se a obra já tiver sido executada, não se trata de orçamento e sim de apropriação de custos incorridos.

O problema é a interpretação errada do conceito de “margem de acerto” e alguns profissionais tratarem como se isso fosse uma carta branca para margens absurdas (o famoso “coloca 10%”), usando justificas sem fundamento.

A Orçamentação

O Orçamento de Obra é o produto de uma atividade técnica chamada Orçamentação que exige conhecimento técnico e que seja elaborada por profissional habilitado e qualificado.

Esse processo compreende a identificação, descrição, quantificação, análise e valoração de uma grande série de serviços, requer muita atenção e habilidade técnica onde são utilizados critérios técnicos e informações confiáveis.

A Orçamentação é uma atividade que ocorre antes do início da obra e que servirá de base para todo o processo de gestão de custos durante sua execução, por isso é fundamental que seja elaborada de forma adequada e que os objetivos do Orçamento de Obra sejam plenamente atendidos.

Qual a importância de um Orçamento de Obra na Construção Civil

Orçamento de Obra possui apenas 2 objetivos: tomada de decisão; e monitoramento e controle.

Sua elaboração deve obrigatoriamente atender esses dois objetivos não devendo ser desprezado nenhum deles.

Vamos entender melhor exatamente o que é cada um deles.

Tomada de Decisão

Salvo situações muito específicas, nenhuma decisão relacionada a obras, empreendimentos ou serviços é tomada sem considerar o
valor necessário para sua realização.

Ou seja, quanto de recurso financeiro uma obra demanda para ser executada é informação obrigatória para qualquer tipo de viabilidade e claro, esse estudo e decisão ocorrem ANTES da execução em si.

Estudo de Viabilidade

Para uma incorporadora decidir se compra ou não um terreno para desenvolver um empreendimento, ela precisa saber antes quanto vai custar esse empreendimento.

Uma família precisa saber o preço da construção da casa, antes de decidir construir e de iniciar toda a parte de projetos e aprovações, antes mesmo da compra do terreno.

Uma característica inerente a esse objetivo do Orçamento de Obra é que ele ocorre antes de tudo e por isso as informações são poucas e superficiais afinal, não seria coerente gastar dinheiro fazendo todos os projetos e memoriais para ter os dados necessários para fazer o orçamento de obra e aí então decidir.

Tão pouco possui valor se chegar a um número com uma margem de erro de 30%. Uma variação dessa muda substancialmente toda a análise e pode erroneamente viabilizar o inadequado ou inviabilizar algo viável.

Em resumo, um orçamento com margem de 30% não atende a esse objetivo e na prática não serve para quase nada, sendo um mero PITACO.

Se você solicitasse um orçamento para construir sua casa e recebesse como resposta algo do tipo: vai custar entre R$ 105.000 e R$ 195.000 (R% 150.000 ± 30%). Você tomaria a decisão?

É uma variação de R$ 90.000 que pode significar sua obra parar no meio ou deixar de contemplar itens que considera importantes, por exemplo. Isso sem falar que não transmite absolutamente nenhuma segurança em relação a qualificação e capacidade de quem está informando o valor, parece que foi apenas um palpite.

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A qualidade do Orçamento de Obra

Todo Orçamento de Obra, independente da forma que é desenvolvido, deve obrigatoriamente ser capaz de subsidiar de forma adequada a tomada de decisão.

Se foi necessário Orçar a Obra é porque essa informação é necessária para alguma coisa como comprar um terreno ou elaborar uma proposta de venda do serviço. E para isso é necessário fornecer o valor total com margem de erro compatível com o nível de importância da decisão.

Acredito que seja pouco provável que você se arrisque a fechar a venda de uma obra e depois descobrir que vai custar 20% a mais e terá que absorver esse custo.

E nem adianta pensar: a então eu majoro, a favor da segurança; tudo bem só não vai conseguir fechar nenhuma obra…

Por isso, chegar a um determinado número não é o principal. Este número precisa ser confiável e sua utilização na tomada de decisão deve ser viável.

Monitoramento e Controle

O segundo objetivo do orçamento de obra é servir de ferramenta para monitoramento e controle dos gastos.

O orçamento de obra deve ser usado durante todo o processo de execução da obra ou serviço, servindo como referencial para controle da produtividade da mão de obra, consumo dos materiais, desempenho dos equipamentos, estratégias de negociação, modalidades de contrato e condições comerciais para compras e aquisições, entre outros.

Para que o Orçamento de Obra consiga atender a esse objetivo é necessário que ele seja muito bem detalhado, abrangendo todas as atividades e serviços da obra. Isso só é possível quando todos os projetos e memoriais estão concluídos e o planejamento da obra está definido.

SIM, é necessário o Planejamento para elaboração de um correto e completo Orçamento de Obra.

Dos projetos e memoriais descritivos são obtidas informações como quantidades de insumos, especificação de materiais e sistemas construtivos. Tudo isso deve ser devidamente organizado no Orçamento de Obra e usado na gestão do custo da obra.

Dessa maneira será possível avaliar se cada um dos itens orçados está sendo executado no custo previsto, da forma que foi considerado no orçamento. É possível mapear desvios, atuar para corrigir perdas ou potencializar ganhos, formar banco de informações para outros empreendimentos e estudo futuros, entre outros usos.

O Orçamento de Obra é uma ferramenta importante e necessária para execução de qualquer obra ou serviço e só consegue atender esse objetivo ser for elaborado e usado corretamente.

Tipos de Orçamento de Obra

Os tipos de Orçamento de Obra são diferenciados pelo seu uso e não pela forma de elaboração.

Dizer que Estimativa de Custo, Orçamento Parametrizado, Orçamento Preliminar ou Pré-Orçamento, e Orçamento Executivo são tipos de Orçamento é totalmente inadequado.

Estes são apenas graus de detalhamento do orçamento, que variam conforme a quantidade das informações utilizadas e nenhum deles, se elaborado da forma correta, pode apresentar valores distantes entre si.

Existe ainda o chamado Estudo de Viabilidade Financeira – EVF que além do acima descrito incorre em erro de nomenclatura pois um estudo de viabilidade pressupõe diversos outros parâmetros que não compõem o Orçamento de Obra, como o efeito do tempo, taxas de desconto, custo do dinheiro, comparações entre cenários e subsídios para tomada decisão que podem ir além do aspecto apenas financeiro.

Um estudo de viabilidade é outro serviço, bem mais abrangente, que tem como um dos seus principais elementos sim, o Orçamento.

Agora vamos então aos 2 tipos de Orçamento de Obra que eu denomino: Orçamento de Produção e Orçamento de Venda.

Orçamento de Produção

Este Orçamento de Obra contempla todos os gastos necessários e exclusivamente a execução da obra ou serviço, ou seja, todo e qualquer gasto necessário para produção e somente isso.

Usando os termos adequados, o Orçamento de Produção é composto pelos Custos Diretos + Custos Indiretos.

Custos Diretos são todos os gatos necessários a execução do serviço e que podem ser medidos diretamente em relação a atividade produzida. Por exemplo: pedreiro na elevação da alvenaria, cimento no concreto da estrutura, escavadeira na execução de terraplanagem, etc.

Custos Indiretos são os gastos necessários a execução do serviço, mas não podem ser medidos diretamente em relação ao serviço executado. Por exemplo: mestre de obra, barraco de obra, madeira para proteções coletivas, cremalheira, etc.

Note que é importante fazer a referência de onde o insumo está sendo empregado porque não é o insumo que determina se é Custo Direto ou Indireto e sim o seu uso.

O Orçamento de Produção gera como resultado o CUSTO da execução da obra ou serviço, sendo o valor total necessário para sua execução.

É este orçamento que vai para a obra e o engenheiro usa como ferramenta para monitoramento e controle dos gastos.

Orçamento de Venda

O Orçamento de Venda é o valor referente a comercialização do Orçamento de Produção.

Ou seja, para a obra o serviço ser transformado em um produto e ser comercializado se faz necessário uma estrutura empresarial e com isso uma série de outros gastos relacionados a atividade da empresa e não ao produto (obra ou serviço) em si.

Esse tipo de orçamento deve contemplar, além do Orçamento de Produção, os custos de operação da empresa como escritório, pessoal administrativo, contador, marketing e publicidade, jurídico e outros gastos que são necessários para que a empresa funcione além daqueles devidos quando a operação comercial acontece, como os impostos.

Claro, não podemos esquecer do objetivo de toda empresa, o Lucro.

Assim, o Orçamento de Venda é composto pelo Orçamento de Produção, acrescido dos gastos operacionais da empresa, impostos e lucro.

Como fazer Orçamento de Obra

O processo de elaboração do Orçamento de Obra e compreende 13 passos agrupados em 3 etapas.

Conheça agora cada um desses 13 passos e suas respectivas etapas.

1a. Etapa: Estudo das Condicionantes

Passo 1: Edital, Carta Convite ou Minuta de Contrato

Estabelece todos os requisitos técnicos e administrativos para execução da obra.

Define parâmetros de qualidade, aceitação, medição, prazos, dentre outros.

Estabelece as formas de comunicação entre as partes e todas as demais informações necessárias à execução da obra.

Determina a responsabilidade por atividades acessórias.

Passo 2: Projetos, Memoriais, Planejamento e outros requisitos

O entendimento dos projetos depende muito da experiência do orçamentista e de sua familiaridade com o tipo de obra.

As especificações técnicas são documentos (projetos, memoriais) que trazem informações de natureza mais qualitativa do que quantitativa.

O planejamento traz os elementos de prazo, tanto em termos de datas como a relação de dependência das atividades, sejam internas ou externas

Passo 3: Visita Técnica

É sempre recomendável realizar uma visita técnica ao local da obra, antes da elaboração do orçamento.

A visita técnica serve para:

  • tirar dúvidas (importante um estudo prévio do edital/carta convite, dos projetos, memoriais, etc)
  • tirar fotos (registro para consultas futuras sem necessidade de nova visita)
  • avaliar as condições de acesso
  • topografia, tipo de solo, vegetação e outros
  • atendimento por serviços públicos (luz, água, esgoto)
  • verificar a disponibilidade de materiais, equipamento e mão-de-obra na região (muito importante quando a obra não é feita em grandes centros urbanos)
  • deslocamento e alojamento de funcionários
  • edificações próximas com restrições de horário, barulho ou fluxo de veículos.

Esses elementos impactam diretamente nos custos e no planejamento da obra.

2a. Etapa: Composição do Custo

Passo 4: Identificação dos Serviços

O custo total de uma obra é fruto do custo orçado para cada um dos serviços integrantes da obra.

A origem da quantificação está na identificação dos serviços das atividades da obra.

Um orçamento, por mais cuidadoso que seja feito, estará longe de ser completo se excluir algum serviço requerido pela obra.

A fonte de dados e informações para identificação dos serviços está na 1ª. Etapa da Orçamentação.

Passo 5: Levantamento de quantitativos

Cada serviço identificado precisa ser quantificado.

O levantamento de quantitativos é uma das principais tarefas do orçamentista (é uma atividade técnica muito importante).

Um pequeno erro de conta pode gerar um erro de enormes proporções e consequências terríveis.

O levantamento de quantitativos inclui cálculos baseados em dimensões precisas fornecidas no projeto (volume de concreto armado, área de telhado, área de pintura, etc.) ou em alguma estimativa (volume de escavação em solo, quando são dados perfis de sondagem, por exemplo).

Importante alinhar os critérios de levantamento com os utilizados pelo contratante.

Passo 6: Custos diretos

Representam o custo orçado dos serviços levantados.

Cada composição de custos unitários contém os insumos do serviço com seus respectivos índices (quantidade de cada insumo requerida para a realização de uma unidade do serviço) e valor (provenientes da cotação de preços e da aplicação dos encargos sobre a hora-base do trabalhador).

Passo 7: Custos indiretos

Os custos indiretos são aqueles que não estão diretamente associados aos serviços de campo em si, mas que são necessários para que tais serviços possam ser feitos.

Dependem da quantidade, características e planejamento dos serviços associados aos custos diretos.

Requisitos contratuais tem forte impacto sobre os Custos Indiretos (segurança do trabalho, áreas de vivência, equipamentos, depósitos, certificações, atestados, etc)

Passo 8: Cotações de preços

Consiste na coleta de preços de mercado para os diversos insumos da obra, tanto os que aparecem no custo direto, quanto no custo indireto.

É importante que esta etapa seja feita após a seleção das composições de custos, para que se tenha uma relação completa de todos os insumos do orçamento e suas quantidades.

Obter junto a fornecedores os preços de venda, em número suficiente a comparação e tomada de decisão

Passo 9: Encargos Sociais e Trabalhistas

Definição do percentual de encargos sociais e trabalhistas a ser aplicado à mão-de-obra.

Aplicar os Encargos Sociais e Trabalhistas aos insumos relacionados a mão de obra de todos os itens do Orçamento.

3a. Etapa: Fechamento do Orçamento de Obra

Passo 10: Definição da lucratividade

Baseado nas condições específicas da obra e da empresa, deve-se definir a lucratividade desejada.

Lucro deve ser tratado como uma obrigação junto a empresa, semelhante aos impostos.

Não é o que sobra!

Passo 11: Cálculo do BDI

Definição do fator de acréscimo sobre cada custo direto para se ter o preço unitário de venda de cada serviço.

A este fator dá-se o nome de Bonificação (ou Benefício) e Despesas Indiretas (BDI), que também aparece na literatura como LDI (lucro e despesas indiretas).

O BDI pode então ser expresso em taxa (ex: 1,40) ou em termos percentuais (ex: 40%).

Passo 12: Desbalanceamento do Orçamento de Obra

Nada obriga que o BDI seja aplicado linearmente, ou seja, o mesmo BDI para todos os custos do orçamento.

Pode-se atribuir um BDI diferente para itens, ou grupo de itens, específicos da planilha orçamentária, de acordo com a estratégia comercial.

A esse processo se dá o nome de Desbalanceamento.

O desbalanceamento é utilizado como ajuste fino, onde avalia individualmente os itens da planilha orçamentária visando maior precisão e segurança na obtenção do preço final.

Passo 13: Formação do Preço de Venda

O Orçamento não é apenas uma lista de serviços e preços, como uma lista de mercado, é uma atividade técnica e deve ser desenvolvida como tal.

Assim como nos projetos e laudos técnicos, o Orçamento de Obra deve ser acompanhado de toda sua fundamentação.

É importante também gerar uma informação fundamental para gestão da obra, a Curva ABC.

Para o fechamento do Orçamento de Obra, último passo da última etapa de orçamentação, devem ser reunidos os seguintes dados:

i. Memorial Descritivo do Orçamento de Obra, contento:

  • a relação de TODOS os documentos utilizados, com suas referências completas (emissão, revisão, elaborador, etc);
  • critérios de levantamento utilizados e suas fontes;
  • considerações sobre prazos e atividades acessórias;
  • emails e quaisquer outros documentos que contenham informações adicionais solicitadas durante o processo de orçamentação;

ii. Relatório da Visita Técnica (dados usados no Orçamento de Obra)

iii. Cotações de preços e propostas comerciais recebidas

iv. Levantamento de Quantitativos

v. Curva ABC de Materiais (se possível também de Serviços e Mão de Obra)

vi. Planilha do Orçamento de Venda

vii. Resumo Geral com os dados consolidados e indicadores do Orçamento de Obra

Conclusão

Todo Orçamento de Obra deve ser capaz de atender aos seus dois objetivos.

Para que se tenha um valor de Orçamento de Obra adequado a tomada de decisão, devem ser usadas técnicas adequadas a sua elaboração de forma a manter uma margem de precisão adequada e segura para tomada de decisão.

Tendo este valor estabelecido, não pode ser alterado para execução da obra. Não adianta elaborar um orçamento para tomada de decisão e depois chegar a outro valor para executar a obra, pois nesse caso a decisão foi tomada equivocadamente. O valor deve ser o mesmo, sendo que varia apenas o grau de detalhamento das informações contidas neste orçamento.

Desta forma, o Orçamento de Obra será efetivamente usado para tomada de decisão e posteriormente no monitoramento e controle da obra como ferramenta de gestão de custo.

Compreendendo bem a função de cada um dos tipos de Orçamento, fica claro que realmente existem apenas 2: Orçamento de Produção e Orçamento de Venda.

Uma construtora ou empreiteira que vende o serviço de construção precisa conhecer bem seus parâmetros de produtividade e as características da obra para elaborar um Orçamento de Produção que seja capaz de realmente executar o necessário, atendendo os requisitos de projeto, de normas e de contrato.

Além de cada obra ser única, o que já exige uma análise orçamentária individualizada, os requisitos de contrato têm forte impacto nos Custos Indiretos e levam o reflexo disso até o Orçamento de Venda.

Evite tabelas prontas de preços gerais ou valores padronizados por m², é certeza de sérios problemas na gestão de custos e na saúde financeira da empresa.

Especial atenção também deve ser dada a gestão empresarial pois a competitividade da empresa pode ser muito sacrificada por uma ineficiência na sua gestão, com altos gastos fixos na operação ou inadequado regime tributário.